Brasil reduz transmissão vertical do HIV e solicita certificação internacional da Opas
Dados de 2023 mostram taxa inferior a 0,5 caso por mil nascidos vivos; país pode ser o maior do mundo a alcançar esse feito
04 de Junho de 2025 às 11:39
O Brasil deu um passo importante no combate ao HIV ao entregar à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) o relatório que comprova a redução significativa da transmissão vertical do HIV – de mãe para filho. O documento foi apresentado nesta terça-feira (3) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o XV Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis, no Rio de Janeiro.
De acordo com os dados, em 2023, a taxa de transmissão vertical foi inferior a 2%, e a incidência de HIV em crianças ficou abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos. Esses números qualificam o Brasil para pleitear o certificado internacional de eliminação da transmissão vertical do HIV, conforme critérios da Organização Mundial da Saúde.
“Essa conquista também é fruto do trabalho incansável de profissionais da saúde, estados, municípios e da reconstrução do SUS, liderada hoje com firmeza pelo presidente Lula e pela ministra Nísia Trindade”, afirmou Padilha, destacando que, caso a certificação seja confirmada, o Brasil será o maior país do mundo a atingir tal marca.
O representante da Opas no Brasil, Cristian Morales, celebrou o avanço brasileiro:
“Tem milhares de mulheres agora que podem realizar o sonho de ser mães e trazer ao mundo crianças sem o perigo de viver com HIV. Mas temos desafios de manter o financiamento constante para preservar esses resultados”.
Estratégias e avanços
Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade por AIDS no Brasil em 2023 foi de 3,9 óbitos por 100 mil habitantes, a menor desde 2013. Além disso, o país alcançou mais de 95% de cobertura em pelo menos uma consulta pré-natal, testagem de HIV em gestantes e tratamento adequado durante a gravidez.
A pasta também destacou a ampliação de estratégias de prevenção, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que em 2025 atingiu 184.619 usuários. Outro avanço é a expansão dos testes rápidos do tipo duo HIV/sífilis, com prioridade para gestantes.
A expectativa é que a certificação da Opas/OMS reconheça o esforço do Brasil em garantir o direito à maternidade segura e ao nascimento livre do HIV, consolidando o país como referência global em saúde pública.
Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil.
Foto: Walterson Rosa/MS.
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