Decreto declara situação de emergência em função da estiagem em todo o Paraná
Com o decreto, os municípios podem acessar recursos e benefícios com mais facilidade, como financiamentos de safra, liberação do FGTS e fornecimento de equipamentos. A ação também permite respostas mais rápidas de secretarias estaduais em áreas afetadas.
26 de Maio de 2025 às 10:21
Mesmo com a chuva registrada entre os dias 21 e 22 de maio em algumas regiões do Paraná, o Estado enfrenta um período de estiagem que já dura desde dezembro de 2024. As chuvas estão bem abaixo da média histórica, os reservatórios seguem em queda e os impactos já são sentidos tanto no abastecimento de água quanto na produção agrícola, especialmente nas regiões Centro, Sudoeste e Oeste.
Para enfrentar o problema, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou, nesta quinta-feira (22), o Decreto 10.047/2025, que declara Situação de Emergência em todo o território paranaense. A medida tem caráter preventivo e busca agilizar a resposta do Estado, mobilizando órgãos públicos e facilitando ações emergenciais sem a necessidade de licitação — desde que concluídas em até 180 dias.
“Esse decreto é de extrema importância, de uma forma preventiva, que o Governo do Estado está trabalhando, de forma proativa”, disse o coronel Fernando Schünig, coordenador estadual da Defesa Civil.
Medidas para conter os impactos
Com o decreto, os municípios podem acessar recursos e benefícios com mais facilidade, como financiamentos de safra, liberação do FGTS e fornecimento de equipamentos. A ação também permite respostas mais rápidas de secretarias estaduais em áreas afetadas.
“Temos um cenário de poucas chuvas até setembro ou outubro, com níveis de reservatórios baixos em grande parte dos rios do Estado”, explicou Schünig. “O decreto vai facilitar a vida dos agricultores e da população urbana”, completou.
Seca já vinha sendo monitorada
Segundo o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Simepar, os sinais de estiagem já eram claros desde abril, com aumento da seca moderada em regiões como Pato Branco, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão.
Para o meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar, a irregularidade nas chuvas é o principal fator:
“Desde o verão, as precipitações não ocorreram de forma regular. Não há influência direta de fenômenos como La Niña, mas sim de efeitos locais, do Paraná e da América do Sul”, explicou.
E a previsão para os próximos meses segue preocupante: chuvas abaixo da média histórica até, pelo menos, agosto.
Uso consciente da água é fundamental
A Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) também está em alerta. Segundo o diretor de Meio Ambiente da empresa, Julio Cesar Gonchorosky, os reservatórios, que estavam cheios em fevereiro, já apresentam queda considerável.
“Hoje, operamos com 91% da capacidade, mas a tendência é chegar abaixo de 80% até setembro”, disse. “Por isso o sinal amarelo. A população precisa colaborar.”
A empresa reforça o apelo por uso racional da água e lembra que atitudes simples fazem a diferença:
- Reduzir o tempo no banho;
- Fechar a torneira ao escovar os dentes ou lavar louça;
- Reaproveitar água da chuva para limpeza;
- Tratar a água da piscina para evitar trocas frequentes;
- E corrigir vazamentos rapidamente.
“Menos chuvas significam menos água nos rios. A infraestrutura ajuda, mas a colaboração da população é essencial”, reforça Gonchorosky.
Rádio Litoral Sul FM, com apoio nas informações da Defesa Civil do Paraná
Imagens: Ricardo Ribeiro
Jornalismo Litoral Sul, o que você precisa saber.
