Gripe preocupa com avanço entre idosos no Brasil
Influenza A e vírus sincicial respiratório superam a covid-19 como principais causas de mortes por doenças respiratórias graves em pessoas com mais de 60 anos
03 de Junho de 2025 às 11:20
Com a chegada do inverno, aumentam os alertas sobre as infecções respiratórias entre a população idosa. Segundo o mais recente boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os vírus Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) já superam a covid-19 como principais causas de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre os idosos brasileiros.
Entre janeiro e o início de maio, o país contabilizou 24.571 internações por SRAG, sendo 50% causadas por VSR nas últimas quatro semanas analisadas, além de 11% dos óbitos. O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, destaca que a queda da imunidade com o envelhecimento torna os idosos especialmente vulneráveis a essas infecções.
“O sistema imunológico se torna menos eficiente com a idade, o que facilita a evolução de doenças respiratórias para quadros graves”, explica Chebabo.
Além disso, comorbidades como cardiopatias, diabetes, asma, DPOC ou insuficiência renal ampliam os riscos. Estudo da Fiocruz revela que a taxa de letalidade por VSR em idosos no Brasil foi de 26% entre 2013 e 2023, índice 20 vezes maior do que entre crianças. Em idosos com insuficiência cardíaca, o risco de hospitalização é até 33 vezes maior.
Mesmo após a alta hospitalar, cerca de um em cada três idosos relata perda de autonomia para atividades diárias, o que reflete o impacto das infecções respiratórias na qualidade de vida.
Vacinação e cuidados seguem fundamentais
A vacinação contra a gripe é a principal medida de prevenção, especialmente no período mais frio. Além disso, especialistas recomendam manter cuidados aprendidos durante a pandemia: lavar as mãos, usar máscara ao apresentar sintomas, evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados.
“A vacina protege não apenas contra a doença, mas também contra desfechos graves e hospitalizações prolongadas”, reforça Chebabo.
Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Jornalismo Litoral Sul. O que você precisa saber.
