“É uma mudança de paradigma. O objetivo não é mais apenas normalizar o peso, mas sim promover saúde, funcionalidade e qualidade de vida com metas possíveis e sustentáveis”, afirmou o endocrinologista Bruno Halpern, vice-presidente da Abeso.
Gerchman também destacou que a diretriz atualiza o uso de medicamentos aprovados nos últimos anos. “De 2016 para cá, foram lançadas novas opções como a liraglutida (Saxenda), o Contrave, a semaglutida (Wegovy) e agora a tirzepatida (Monjauro). A diretriz se baseia em estudos científicos e propõe o uso racional e seguro desses fármacos”, disse.
A diretriz também orienta sobre o uso off-label – quando um medicamento não foi especificamente aprovado para obesidade, mas pode ser utilizado com base em evidências de eficácia e segurança. “Esse uso deve ser individualizado, levando em conta a saúde geral do paciente, as comorbidades, a resposta ao tratamento e o custo”, explicou o médico Marcio Mancini, coordenador do Departamento de Farmacoterapia da Abeso.
Além disso, o tratamento deve incluir mudanças no estilo de vida desde o início. “As medicações mais eficazes, como semaglutida, tirzepatida e liraglutida, mostraram resultados importantes em ensaios clínicos, como redução de 20% dos eventos cardiovasculares e queda de 99% na incidência de diabetes tipo 2”, destacou Alexandre Hohl, diretor da Abeso.
“Quando o medicamento é interrompido, o peso geralmente volta. Por isso, o tratamento deve ser contínuo e com reavaliações regulares”, reforçou Mancini.