Cardiopatias congênitas atingem 30 mil bebês por ano no Brasil

Especialistas alertam para diagnóstico precoce e destacam que maioria dos casos pode ser tratada com sucesso

Por Danillo Karlo

13 de Junho de 2025 às 17:35

A cada mil nascimentos no Brasil, cerca de dez crianças apresentam alguma cardiopatia congênita — má formação no coração durante o desenvolvimento gestacional. Isso representa aproximadamente 30 mil bebês por ano, segundo o Ministério da Saúde. Cerca de 40% desses casos exigem cirurgia ainda no primeiro ano de vida.

As cardiopatias congênitas são a terceira principal causa de morte neonatal no país. No entanto, neste 12 de junho — Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita — a diretora médica da instituição Pró Criança Cardíaca, Isabela Rangel, ressalta que muitas mortes podem ser evitadas com diagnóstico precoce.

“Após o nascimento, existe um teste simples de triagem, o teste do coraçãozinho, feito com oximetria nas maternidades. Ele pode detectar cardiopatias mais complexas e evitar complicações graves. A gravidade varia: pode ser leve, sem sintomas imediatos, ou severa, com risco iminente à vida nos primeiros dias”, explica a médica.

A instituição Pró Criança Cardíaca, que há 30 anos oferece atendimento gratuito a crianças com a condição no Rio de Janeiro, já acolheu mais de 16 mil pacientes.
Segundo Isabela Rangel, é fundamental que pais e cuidadores fiquem atentos a sinais de alerta em bebês, como:

Cianose (lábios, mãos ou pés azulados)
Suor excessivo mesmo em repouso
Palidez durante o choro
Respiração acelerada
Cansaço frequente
Dificuldade para ganhar peso

As causas das cardiopatias podem ser genéticas ou ambientais — como infecções durante a gravidez (exemplo: rubéola), uso de substâncias ilícitas ou medicamentos contraindicados.
Há maior risco em filhos de mães com diabetes descontrolada, idade materna avançada ou com Síndrome de Down.

Nesses casos, o ideal é realizar um ecocardiograma fetal, exame que avalia o coração do bebê ainda na gestação. "Se houver suspeita de cardiopatia, é essencial que o parto aconteça em hospital com estrutura para atendimento especializado", reforça a médica.

Isabela destaca que, com os avanços nas cirurgias e nos tratamentos, a maioria das crianças diagnosticadas e tratadas precocemente pode levar uma vida longa e com qualidade.

Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil.
Foto: Pró Criança Cardíaca/Divulgação.

Jornalismo Litoral Sul. O que você precisa saber.