Um em cada 9 adolescentes usa cigarro eletrônico no Brasil
Estudo da Unifesp mostra que número de jovens usuários é cinco vezes maior que os que fumam cigarro comum
18 de Junho de 2025 às 11:46
Uma pesquisa divulgada esta semana pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou um dado preocupante: um em cada nove adolescentes brasileiros faz uso de cigarros eletrônicos, apesar da proibição da venda e do uso do produto no país.
O levantamento, que compõe o Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3), ouviu cerca de 16 mil pessoas com 14 anos ou mais entre 2022 e 2024, abrangendo todas as regiões do Brasil. É a primeira vez que o uso de cigarros eletrônicos entra na pesquisa.
De acordo com os dados, a quantidade de jovens que usam cigarros eletrônicos é cinco vezes maior do que a dos que fumam o cigarro tradicional. A professora de psiquiatria da Unifesp, Clarice Madruga, que coordenou o estudo, destacou que, mesmo com a proibição, o acesso ao dispositivo é facilitado pela internet, o que contribui para a disseminação entre os adolescentes.
Clarice também alertou para os riscos à saúde:
“A inalação de substâncias altamente tóxicas, como a nicotina, é muito maior no cigarro eletrônico se comparado ao cigarro tradicional.”
A pesquisadora lamenta que o aumento do uso entre os jovens represente um retrocesso nas políticas públicas de combate ao tabagismo, que vinham apresentando sucesso desde os anos 1990.
“A gente teve uma história gigantesca de sucesso de políticas que geraram uma queda vertiginosa no tabagismo, mas que um novo desafio quebrou completamente essa trajetória. E a gente hoje tem um índice de consumo, principalmente entre adolescentes, muito superior e que está totalmente invisível”, destacou.
Os participantes que demonstraram necessidade foram encaminhados para tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp.
Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil.
Foto: haiberliu/Pixabay.
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