Brasil volta a produzir insulina nacionalmente após 20 anos
Parceria com farmacêutica indiana permitirá abastecer o SUS com produção própria
14 de Julho de 2025 às 11:50
O Brasil está retomando a fabricação nacional de insulina após mais de duas décadas. A reativação da produção foi marcada nesta sexta-feira (11) com a entrega do primeiro lote de insulinas produzidas por meio de uma parceria com a farmacêutica indiana Wockhardt, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a empresa brasileira Biomm, em Nova Lima (MG).
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou do evento e destacou a importância estratégica da retomada: “Depois de mais de 20 anos, voltamos a produzir insulina para abastecer o SUS, com geração de emprego, renda e tecnologia no país”.
Produção e distribuição
O lote inicial conta com mais de 207 mil unidades do medicamento, sendo 67 mil frascos de insulina regular e 140 mil de insulina NPH. A meta é que, após a transferência total da tecnologia, o Brasil seja capaz de produzir 50% da demanda nacional de insulinas humanas (NPH e regular) utilizadas pelo Sistema Único de Saúde.
O investimento do governo federal é de R$ 142 milhões, e cerca de 350 mil pessoas com diabetes serão beneficiadas com a produção local. A previsão é de entregar ao SUS cerca de 8 milhões de unidades de insulina entre 2025 e 2026, incluindo frascos e canetas.
Transferência de tecnologia e autonomia
O projeto está inserido nas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), que integram o plano nacional de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. A iniciativa prevê a nacionalização progressiva da produção — desde o envase até a fabricação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).
Quando a transferência for concluída, a Funed e a Biomm estarão capacitadas para produzir o medicamento integralmente no Brasil, garantindo autonomia e segurança em casos de crises internacionais como a pandemia.
Assistência no SUS
O Sistema Único de Saúde oferece tratamento integral para pessoas com diabetes, com insulinas humanas (NPH e regular), análogas de ação rápida e prolongada, além de medicamentos orais e injetáveis. O acompanhamento é feito pela Atenção Primária, com equipes multiprofissionais distribuídas em todo o território nacional.
Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil.
Foto: Ricardo Stuckert / PR
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