Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: Paranaguá registra 39 casos de lesão autoprovocada em 2025
Dados preocupantes em Paranaguá reforçam a importância da prevenção ao suicídio e do cuidado com a saúde mental.
10 de Setembro de 2025 às 08:26
O 10 de setembro é reconhecido internacionalmente como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, uma data criada para dar visibilidade a um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo – uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a média é de aproximadamente 14 mil mortes por ano, o que equivale a 38 por dia.
No Paraná, a situação também preocupa: em 2024 foram mais de 3 mil tentativas notificadas e centenas de mortes registradas, reforçando a urgência de políticas públicas de saúde mental.
Em Paranaguá, cidade que acompanha essa realidade nacional, os dados da Vigilância em Saúde revelam que, somente em 2025, já foram notificados:
- 39 casos de lesão autoprovocada;
- 9 ocorrências envolvendo crianças e adolescentes;
- 21 episódios de envenenamento intencional;
- 31 tentativas de suicídio por intoxicação exógena.
Até o momento, o município também confirmou 6 suicídios neste ano.
Notificação obrigatória e ações de prevenção
A notificação desses casos não é apenas um procedimento burocrático, mas uma obrigação legal de todos os serviços de saúde, públicos e privados, estabelecida pelo Ministério da Saúde. Conforme a Portaria nº 1.271/2014 e a Portaria de Consolidação nº 4/2017, os registros devem ser comunicados em até 24 horas às Secretarias Municipais de Saúde.
Esses dados são inseridos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), por meio da ficha de “Violência Interpessoal e Autoprovocada”, permitindo identificar padrões, planejar ações preventivas e oferecer suporte às pessoas em sofrimento psíquico.
A Lei nº 13.819/2019, que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, reforça a necessidade da notificação, estendendo-a também a instituições de ensino e garantindo sigilo e proteção das informações.
Um alerta que começa em casa
Mais do que números, cada caso registrado representa uma vida, uma família e uma rede de pessoas que sentem os impactos do sofrimento emocional. Por isso, a atenção começa dentro de casa, entre amigos, colegas de trabalho e vizinhos.
Muitas vezes, quem convive de perto com alguém em depressão é o primeiro a notar os sinais. Olhar com cuidado, ouvir sem julgamentos e oferecer apoio podem ser passos decisivos para que essa pessoa procure ajuda profissional e não se sinta sozinha.
Sintomas que merecem atenção
Entre os principais sinais da depressão, estão:
- tristeza profunda ou perda de interesse em atividades do dia a dia;
- alterações no sono (insônia ou excesso de sono);
- mudanças no apetite;
- cansaço constante ou falta de energia;
- sentimentos de culpa ou inutilidade;
- dificuldade de concentração;
- pensamentos recorrentes sobre morte ou suicídio.
Reconhecer esses sintomas e agir cedo pode salvar vidas.
Serviços de apoio
Se você ou alguém que você conhece está passando por sofrimento emocional, procure ajuda:
Serviços de apoio
Se você ou alguém que você conhece está passando por sofrimento emocional, procure ajuda:
- CVV – Centro de Valorização da Vida: 188 (atendimento gratuito e sigiloso, 24h).
- Unidades de Saúde e CAPS de Paranaguá.
- Emergências: SAMU 192 ou Defesa Civil 199.
A campanha Setembro Amarelo reforça que ninguém precisa enfrentar a dor emocional sozinho. Em Paranaguá, além dos serviços de saúde e do apoio do CVV (ligue 188), a comunidade conta também com a parceria de veículos de comunicação que ajudam a espalhar informação e acolhimento.
Esta reportagem foi produzida pela equipe de jornalismo da Rádio Litoral Sul FM, sempre comprometida com a vida, a saúde mental e o bem-estar da população parnanguara.
Esta reportagem foi produzida pela equipe de jornalismo da Rádio Litoral Sul FM, sempre comprometida com a vida, a saúde mental e o bem-estar da população parnanguara.
