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Encalhes no litoral revelam ameaça do plástico à fauna marinha

Tartarugas-verdes e pinguins-de-Magalhães chegam ao CReD-UFPR com fragmentos plásticos no organismo

Por Elano Squenine
23 de Setembro de 2025 às 11:29

O Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR), por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), tem registrado, nos últimos meses, um número crescente de animais marinhos debilitados pela ingestão de lixo plástico. Tartarugas-verdes e pinguins-de-Magalhães chegam ao Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha (CReD-UFPR) com fragmentos plásticos no organismo. Essas ocorrências, somadas a uma década de dados sistematizados, comprovam que um problema global reflete diretamente na qualidade ambiental do litoral paranaense.

IMPACTOS DIRETO NOS ANIMAIS

Durante o inverno, quando aumentam os encalhes de animais migratórios, a equipe multidisciplinar do PMP-BS encontra diversos indivíduos em estado crítico. A médica veterinária Carolina Jorge descreve a gravidade. “Infelizmente, acabamos atendendo vários animais marinhos com plástico, tanto fragmentos rígidos quanto embalagens maleáveis. Já tivemos casos em que o animal chegou vivo ao CReD, mas não resistiu, porque a ingestão de plástico provoca obstruções, inflamações e até a morte", afirma.

"Cada resíduo que chega ao mar pode representar uma sentença de morte para a fauna marinha", completa.

EFEITOS QUÍMICOS E RISCOS A SAÚDE

Cada animal recebido no centro passa por exames clínicos, laboratoriais e de imagem que ajudam a identificar a presença de lixo marinho e seus impactos.
 A bióloga Vitória Iurk explica. “O plástico libera diversos compostos químicos nos organismos e tem efeitos de curto a longo prazo na saúde e bem-estar dos indivíduos. Processos de imunossupressão são relacionados à ingestão de lixo para diversos animais, incluindo para as tartarugas marinhas", destaca.



A coordenadora do PMP-BS/LEC-UFPR, Camila Domit, reforça a necessidade de inovação. “A poluição plástica faz parte da vida marinha em diferentes escalas, mas compreender os impactos à saúde dos animais e como estes resultados refletem em termos de riscos à saúde humana é um desafio para os trabalhos futuros", pontuou.

"O desenvolvimento de tecnologias e a inovação de processos analíticos são demandas urgentes. Esse conhecimento é fundamental para compreender a dimensão do problema", ressalta.

DA REABILITAÇÃO A CIÊNCIA

O trabalho do CReD integra monitoramento, resgate, reabilitação e geração de dados científicos, exigindo protocolos específicos para cada espécie.
 Liana Rosa, bióloga e gerente operacional do PMP-BS/UFPR, explica: “Através do nosso trabalho, buscamos devolver cada animal à natureza, mas também transformar cada atendimento em informação científica, que possa contribuir para compreender os impactos humanos no oceano e auxiliar no desenvolvimento de ações para reduzir essas ameaças".

PROBLEMA GLOBAL

A poluição plástica nos oceanos é um desafio mundial. Estima-se que milhões de toneladas de resíduos chegam ao mar todos os anos, afetando desde organismos microscópicos até grandes cetáceos, como os golfinhos e as baleias. "No litoral do Paraná, os casos registrados pelo PMP-BS/UFPR mostram que o problema não têm fronteiras e que mesmo áreas remotas e de menor uso humano sofrem com resíduos trazidos por correntes marinhas", afirmou o LEC-UFPR. A bióloga e pesquisadora Mariana Lacerda, ressalta que os dados locais precisam ser lidos em escala global. 

“O que se observa no Paraná é um retrato de uma crise maior. Resgatar e reabilitar animais é essencial, mas precisamos enfrentar a raiz do problema. É necessário rever os processos de produção e consumo e fortalecer políticas públicas que incentivem e garantam a gestão eficiente de resíduos. Só assim será possível assegurar um oceano mais saudável no futuro”, destaca a pesquisadora.

Fotos: LEC-UFPR
Rádio Litoral Sul FM, com informações do LEC-UFPR.

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