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Imagem: Denis Ferreira Netto/SEDEST-PR
IAT reforça alerta para evitar “temporada de resgates” nas montanhas do Marumbi
Levantamento do Corpo de Socorro em Montanha aponta que 75% dos acidentes ocorrem entre outubro e maio, período de calor, chuva e maior número de visitantes inexperientes.
08 de Outubro de 2025 às 11:34
O Instituto Água e Terra (IAT) e o Corpo de Socorro em Montanha (Cosmo) emitiram um alerta aos visitantes do Parque Estadual Pico do Marumbi, em Morretes, no Litoral do Paraná: três em cada quatro ocorrências registradas no parque acontecem fora da temporada de montanha, entre outubro e maio.
É o período conhecido entre os voluntários como a “temporada de resgates”, quando o calor e as chuvas intensas aumentam o risco de incidentes e exigem atenção redobrada dos frequentadores.
É o período conhecido entre os voluntários como a “temporada de resgates”, quando o calor e as chuvas intensas aumentam o risco de incidentes e exigem atenção redobrada dos frequentadores.
O levantamento, publicado pela SciELO Brasil em 2023, analisou 41 mil registros de visitantes entre 2002 e 2018. Os dados mostram que 58% dos incidentes são causados por atrasos, cansaço e desidratação; 39% por quedas, fraturas ou doenças; e 3% por pânico ou vertigem.
Mais da metade dos frequentadores — 56% — eram estreantes, o que reforça a importância do planejamento, preparo físico e respeito às normas do parque.
Mais da metade dos frequentadores — 56% — eram estreantes, o que reforça a importância do planejamento, preparo físico e respeito às normas do parque.
De acordo com Caius Marcellus Ferreira, coordenador de Comunicação do Cosmo, a maior parte dos acidentes ocorre justamente quando o público é mais variado e menos experiente.
“Durante a temporada, o visitante costuma chegar cedo, usar o equipamento certo e conhecer o caminho. Fora dela, o calor e a desidratação são os principais fatores de risco. Quando dizemos que, ao encerrar a temporada de montanha, começa a temporada de resgates, não é brincadeira — é um alerta baseado em dados reais”, destaca Ferreira.
Ele explica que seis em cada dez resgates resultam de falta de preparo físico, desconhecimento do terreno e planejamento inadequado.
“O cansaço compromete o julgamento, o que pode levar a decisões erradas e a acidentes graves. É fundamental cuidar da hidratação, levar o equipamento certo e respeitar os horários de acesso”, reforça o montanhista.
Cuidados essenciais para quem visita o Marumbi
O chefe do Parque Estadual Pico do Marumbi, Gabriel Camargo Macedo, lembra que seguir as orientações é essencial para garantir a segurança e permitir uma resposta rápida em caso de emergência.
Entre as medidas obrigatórias estão:
Entre as medidas obrigatórias estão:
- Cadastro prévio com o destino exato da trilha e assinatura do termo de risco;
- Horário limite de entrada: até 9h da manhã;
- Equipamentos adequados, como calçados firmes, perneiras e lanterna com pilha reserva;
- Evitar mudanças de rota sem aviso, o que é considerado infração grave;
- E atenção: celular não substitui lanterna — serve apenas para pedir socorro.
“Esses protocolos são mecanismos de segurança. Eles permitem saber quem está na montanha e agilizam o socorro, caso necessário”, ressalta Macedo.
Como funcionam os resgates
Quando há necessidade, um socorrista do Cosmo, conhecido como “coelho”, é designado para chegar até a vítima com uma mochila de resgate equipada. O protocolo inclui estabilização, hidratação e descida assistida.
Nos casos mais graves, o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) é acionado, desde que as condições climáticas e de visibilidade permitam o voo.
Quando o resgate é terrestre, o esforço é intenso: cada hora de subida pode equivaler a até 10 horas de descida com maca, o que exige grande mobilização humana e logística.
Nos casos mais graves, o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) é acionado, desde que as condições climáticas e de visibilidade permitam o voo.
Quando o resgate é terrestre, o esforço é intenso: cada hora de subida pode equivaler a até 10 horas de descida com maca, o que exige grande mobilização humana e logística.
“Independentemente da época do ano, quem vai à montanha precisa planejar bem, manter-se hidratado e respeitar os limites físicos. Isso é o que garante uma experiência segura”, conclui Macedo.
