Delegada Explica Estratégias Intensivas do Paraná no Combate à Violência Contra a Mulher
Ações incluem a Operação Shamar, atividades educativas e apoio especializado para proteger e acolher vítimas
Por Fernanda Curcio
02 de Setembro de 2024 às 11:15
No Paraná, o combate à violência contra a mulher é conduzido com uma abordagem intensa e integrada, visando o acolhimento das vítimas, a conscientização da sociedade e a repressão aos agressores.
Durante agosto, o estado participou da Operação Shamar, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), focada na violência doméstica e no feminicídio. A operação resultou na prisão de 848 pessoas, entre flagrantes e mandados judiciais. A Polícia Civil do Paraná (PCPR) também promoveu ações de conscientização, realizando palestras para mais de 3 mil pessoas em escolas, empresas e órgãos públicos.
A delegada Luciana Novaes, chefe da Divisão de Polícia Especializada (DPE) na PCPR, supervisiona todas as Delegacias da Mulher do Estado e o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria). Ela destacou que a Operação Shamar, realizada pelo segundo ano consecutivo durante o Agosto Lilás, tem dois focos principais: operacional e educativo.
Aspectos Operacionais e Educativos:
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Operacional: Inclui ações massivas de prisão e aceleração de inquéritos, com deslocamento de policiais para áreas com alta incidência de casos. A Polícia Militar também monitorou mulheres com medidas protetivas, realizando mais de 25 mil visitas no primeiro semestre deste ano, aproximadamente cinco vezes mais que no ano anterior.
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Educativo: Visa abordar aspectos culturais e geracionais, com foco no público masculino. Palestras e atividades foram realizadas para promover a empatia e a conscientização sobre direitos e deveres em relação à violência contra a mulher.
Apoio às Vítimas:
O Paraná conta com 21 Delegacias da Mulher e outras 240 delegacias preparadas para acolher mulheres vítimas de violência. A denúncia é essencial para romper o ciclo de violência e garantir a segurança da vítima. Os policiais recebem formação especializada para evitar a revitimização, e salas de acolhimento foram criadas em unidades sem Delegacia da Mulher para garantir a privacidade das vítimas.
Denúncia e Proteção:
A Lei Maria da Penha permite que qualquer pessoa faça denúncias de violência doméstica. A polícia pode iniciar a investigação e expedir medidas protetivas para garantir a segurança da vítima. Em casos extremos, a mulher pode ser acolhida em casas de abrigo, em parceria com a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa.
Sinais de Ajuda e Ações Recentes:
Um sinal internacional de ajuda, desenvolvido pela Canadian Women's Foundation, é a palma da mão aberta com o polegar dobrado e os dedos fechados sobre ele, criado para ajudar mulheres a pedir socorro discretamente durante a pandemia.
Avanços e Iniciativas:
A delegada Luciana Novaes, com 23 anos de experiência, destaca a evolução das leis e o aumento da conscientização sobre a violência doméstica, ressaltando a importância da Lei Maria da Penha e a confiança crescente na resposta da polícia e da Justiça.
Ações Integradas do Governo:
Além das ações policiais, o Governo do Estado lançou a cartilha “Violência contra as Mulheres: Informe-se! Saiba o que fazer e como prevenir”, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), e aderiu ao Selo de Boas Práticas no Combate à Violência Contra Mulheres.
Canais de Denúncia:
Denúncias de violência doméstica podem ser feitas através da Central de Denúncias 181, pelo telefone ou pelo site: www.181.pr.gov.br. A denúncia é anônima e essencial para a proteção das vítimas e a punição dos agressores.
Fonte: AEN / PR
Foto: Gabriel Rosa
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