A partir desta terça-feira (1º), está oficialmente aberta a temporada de colheita, venda, transporte e armazenamento do pinhão no Paraná. A liberação é feita pelo Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest). No entanto, conforme determinação ambiental, apenas os pinhões que passaram pelo completo processo de maturação podem ser comercializados. O descumprimento da norma pode resultar em multa de R$ 300 para cada 50 quilos apreendidos, além da caracterização de crime ambiental.
A regulamentação está estabelecida na Portaria IAP nº 046/2015, cujo objetivo é equilibrar a geração de renda com a preservação da araucária, espécie ameaçada de extinção. Segundo especialistas, o pinhão que cai naturalmente ao chão serve como alimento para animais silvestres, como a cutia, que contribuem para a dispersão da espécie e a manutenção do ecossistema.
“O objetivo é permitir a plena maturação das pinhas e proteger a reprodução da araucária, que é considerada uma espécie em extinção no Estado. Além disso, é preciso garantir a alimentação da fauna que vive nos remanescentes da floresta com araucária”, afirmou Ivo Czelusniak Good, chefe da Divisão de Fiscalização Ambiental no IAT.
Riscos do Consumo de Pinhão Imaturo
Além das questões ambientais, a venda de pinhões imaturos também representa riscos à saúde humana. As pinhas verdes possuem casca esbranquiçada e alto teor de umidade, o que favorece a proliferação de fungos, tornando o alimento potencialmente tóxico. O consumo inadequado pode levar a problemas digestivos, como náuseas, constipação e má digestão. Também é proibida a comercialização de pinhões oriundos de outros estados.
A fiscalização do cumprimento das normas é realizada pelos agentes do IAT e pelo Batalhão de Polícia Ambiental - Força Verde (BPAmb-FV). Denúncias podem ser feitas por meio da Ouvidoria do IAT, pelos telefones (41) 3213-3466 e (41) 3213-3873 ou pelo 0800-643-0304. Além disso, a Polícia Ambiental também pode ser acionada pelo telefone (41) 3299-1350.
Impacto Econômico da Produção de Pinhão
A cadeia produtiva do pinhão tem grande relevância econômica para milhares de famílias paranaenses. Em 2023, o setor movimentou R$ 22,4 milhões, segundo dados do Valor Bruto de Produção (VBP) divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). As regiões
Central, Sul e Sudoeste do Paraná concentram a maior parte da produção do fruto.
Além de sua importância econômica, o pinhão é fundamental para a manutenção da biodiversidade local.
“Além do consumo humano, o pinhão serve como alimento para diversos animais terrestres e pássaros, sendo essencial para a conservação da fauna”, explicou Mauro Scharnik, engenheiro agrônomo e gerente de Restauração Ambiental do IAT.
A safra de pinhão tem início em abril e costuma se estender até junho, representando um período de intensa movimentação econômica e ambiental no estado.
Rádio Litoral Sul FM, com apoio nas informações da Agência Estadual de Notícias
Foto: Mauro Scharnik/IAT-PR
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