Nova parceria do SUS com hospitais privados começa em agosto para reduzir filas por especialistas

O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o programa Bom Dia, Ministro, nesta quarta-feira (25), transmitido pelo Canal Gov.

Por João Ricardo

25 de Junho de 2025 às 17:13

A partir de agosto, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ser atendidos em hospitais privados e filantrópicos, sem custo, como parte de uma nova parceria criada para reduzir as longas filas por consultas, exames e cirurgias com especialistas. A iniciativa faz parte do programa "Agora Tem Especialistas", lançado pelo Governo Federal.

O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o programa Bom Dia, Ministro, nesta quarta-feira (25), transmitido pelo Canal Gov. O objetivo é ampliar o acesso da população a serviços de saúde, aproveitando a estrutura já existente na rede privada e filantrópica.

“Nosso foco são as pessoas que estão há muito tempo esperando por uma cirurgia de visão, uma consulta para diagnóstico de câncer ou uma cirurgia ortopédica”, afirmou Padilha.

Como vai funcionar

Hospitais privados e filantrópicos com dívidas com a União poderão prestar atendimento a pacientes do SUS e, em troca, abater esses débitos. A proposta é transformar dívidas paradas em atendimentos reais à população. A expectativa é que, já em agosto, os primeiros atendimentos comecem a ser realizados por hospitais que aderirem ao programa.

A adesão é voluntária. Os hospitais interessados devem procurar o Ministério da Fazenda para negociar suas dívidas. Depois, apresentarão ao Ministério da Saúde a quantidade de atendimentos que podem oferecer, como cirurgias e exames, com base nos novos valores previstos pela tabela do programa Agora Tem Especialistas, que substituirá a tradicional tabela SUS.

Áreas prioritárias

O programa vai focar inicialmente em seis áreas com maior demanda de espera:

Oncologia (tratamento do câncer)

Ginecologia

Cardiologia

Ortopedia

Oftalmologia

Otorrinolaringologia

Segundo o governo, a expectativa é de aumento de até 30% no número de atendimentos, ajudando a desafogar policlínicas, UPAs, ambulatórios e centros cirúrgicos.

Saúde da mulher em destaque

Dentro do programa, haverá ainda um investimento de R$ 300 milhões por ano para fortalecer a saúde da mulher. Serão oferecidos pacotes completos de cuidados ginecológicos, com consultas, exames e cirurgias no tempo certo para mulheres em idade fértil.

“É prioridade absoluta do Ministério da Saúde garantir atenção adequada à saúde da mulher”, disse o ministro.

Monitoramento e transparência

Todos os atendimentos realizados — tanto na rede pública quanto na privada — deverão ser informados em um painel nacional de monitoramento, que será usado para garantir a transparência e o controle dos serviços prestados.

Também está prevista uma distribuição regional equilibrada dos recursos, para que todas as regiões do país sejam contempladas, mesmo que a maioria dos hospitais com dívidas esteja localizada no Sudeste.

Demanda reprimida

Apesar de o SUS ter registrado mais de 14 milhões de cirurgias eletivas em 2023, um recorde, a fila ainda é grande. Muitos procedimentos foram adiados durante a pandemia e a demanda por exames e consultas especializadas continua alta.

“As pessoas estão esperando há muito tempo por um exame, uma cirurgia, uma consulta com especialista. Esse programa é para enfrentar essa situação e garantir que o povo brasileiro seja atendido com dignidade”, finalizou Padilha.

Rádio Litoral Sul FM, com apoio nas informações do Ministério da Saúde

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

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