Vírus Sincicial Respiratório preocupa especialistas: doenças crônicas aumentam risco de pneumonia grave em idosos

Estudo alerta para necessidade de diagnóstico e vacinação entre pessoas com mais de 60 anos

Por Danillo Karlo

18 de Julho de 2025 às 11:55

Um levantamento nacional realizado por infectologistas, epidemiologistas e pneumologistas revelou que o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) tem impacto significativo em idosos com doenças crônicas no Brasil. O estudo avaliou mais de 3 mil adultos com 60 anos ou mais hospitalizados com pneumonia entre 2013 e 2023, nos sistemas público e privado de saúde.

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o VSR é transmitido de forma semelhante à gripe e à covid-19 — por gotículas de saliva, espirros ou superfícies contaminadas — e afeta cerca de 64 milhões de pessoas por ano no mundo.

Os dados revelam que doenças cardiovasculares (64,2%), diabetes (32%) e doença pulmonar obstrutiva crônica (24,5%) foram as comorbidades mais presentes nos casos graves. Entre os pacientes com comorbidades, foram registradas maiores taxas de internação em UTI (34,8%), tempo médio de hospitalização mais longo (13,2 dias) e maior índice de mortalidade (26,9%).

Em 2025, o Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que o VSR foi responsável por 45% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no primeiro semestre do ano, superando outros vírus como Rinovírus e Influenza A.

Diante do cenário, a SBI lançou a campanha “Protegido você vai longe”, com foco em alertar o público sobre o risco de pneumonia por VSR em idosos.

A ação também busca diferenciar os sintomas do VSR — frequentemente confundidos com gripe — e reforça a importância da vacinação.

“A ausência de testagem para VSR no momento da internação contribui para subdiagnósticos, o que agrava ainda mais o quadro clínico dos idosos”, explicou o infectologista

Clovis Arns da Cunha. Ele destaca que a circulação do vírus entre crianças é um indicativo de que o mesmo ocorre entre os mais velhos, especialmente avós.

A consultora da SBI, Rosana Richtmann, reforça: “A população acima de 60 anos, com maior risco de comorbidades, precisa incluir a imunização contra o VSR entre suas prioridades de saúde, assim como a vacina da gripe”.

Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil.

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