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Brasil inaugura a maior biofábrica mundial de mosquitos “do bem” no Paraná
Unidade produz até 100 milhões de ovos por semana para combater dengue, zika e chikungunya
Por Danillo Karlo
21 de Julho de 2025 às 12:00
O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), em parceria com o World Mosquito Program (WMP), inaugurou neste sábado (19) a Wolbito do Brasil, considerada a maior biofábrica do mundo dedicada à criação do mosquito Aedes aegypti infectado com a bactéria Wolbachia. Esta bactéria bloqueia a transmissão dos vírus causadores da dengue, chikungunya e zika.
Com uma equipe de 70 funcionários, a unidade instalada no Paraná tem capacidade para produzir até 100 milhões de ovos de mosquitos semanalmente. Inicialmente, a biofábrica atenderá exclusivamente ao Ministério da Saúde, que define os municípios para implantação do método baseado em dados epidemiológicos das arboviroses transmitidas pelo Aedes.
O uso da Wolbachia no Brasil começou em 2014 com liberações em bairros do Rio de Janeiro e Niterói, expandindo-se para cidades como Londrina, Foz do Iguaçu, Joinville, Petrolina, Belo Horizonte e Campo Grande. Atualmente, o método está em implantação em outras localidades, como Presidente Prudente, Uberlândia e Natal, com planos para avançar em várias regiões ainda neste segundo semestre.
Importante destacar que a tecnologia não utiliza mosquitos geneticamente modificados, e atua de forma complementar às medidas tradicionais de controle, como eliminação dos criadouros. A Wolbito do Brasil reforça o papel fundamental do engajamento comunitário para o sucesso da iniciativa.
O IBMP, um dos sócios da biofábrica, foi fundado por meio da cooperação entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Durante a cerimônia de inauguração, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância do empreendimento para colocar o Brasil na vanguarda mundial dessa tecnologia.
O método Wolbachia já está presente em 14 países e consiste na liberação de mosquitos infectados para que, ao se reproduzirem com os Aedes locais, transmitam a bactéria às futuras gerações, reduzindo drasticamente a capacidade do vetor de transmitir doenças.
Segundo estudos da Fiocruz, cada real investido na tecnologia pode gerar uma economia para o governo que varia de R$ 43,45 a R$ 549,13 em gastos com medicamentos, internações e tratamentos relacionados.
Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil. Foto: Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz.