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Copom mantém juros em 15% e prevê taxa alta por período prolongado devido a incertezas externas e pressão inflacionária
BC aponta impactos do tarifaço dos EUA e expectativas de inflação acima da meta como razões para manter cautela na política monetária
Por Danillo Karlo
05 de Agosto de 2025 às 14:57
O Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. A justificativa, apresentada na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (5), aponta que incertezas no cenário externo e pressões inflacionárias internas exigem uma política monetária mais rígida por tempo prolongado.
Entre os principais fatores que influenciaram a decisão, está a recente imposição de tarifas de até 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, medida considerada um risco setorial com possíveis efeitos amplos, ainda incertos. Essa medida, segundo o Copom, reforça a necessidade de “postura de cautela” diante do cenário internacional mais adverso.
Internamente, as expectativas de inflação seguem desancoradas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses está em 5,35%, acima do teto da meta, que é de 4,5%. Projeções indicam que o índice deve ficar em 3,4% até o primeiro trimestre de 2027, ainda acima do centro da meta de 3%.
Os diretores do BC também reconhecem efeitos já visíveis da alta de juros, iniciada em setembro de 2024, no mercado de crédito, mas apontam que o mercado de trabalho permanece aquecido, com aumento de renda real e queda na taxa de desemprego, fatores que continuam impulsionando o consumo.
A política fiscal também preocupa. A ata alerta que a falta de rigor no controle de gastos públicos, o aumento de crédito direcionado e a incerteza sobre a trajetória da dívida pública podem elevar a taxa de juros neutra da economia, o que prejudica a eficácia da política monetária.
O Copom sinalizou que o momento é de pausa no ciclo de alta para avaliar os impactos das medidas já adotadas. A avaliação é de que os efeitos da Selic sobre a inflação tendem a ser mais significativos entre seis e nove meses após sua aplicação.
Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil. .