Obras do Moegão atingem 80% de execução e devem ser concluídas em 2026

As obras do Moegão, complexo ferroviário no Porto de Paranaguá (PR), atingiram 80,3% de execução na primeira quinzena de dezembro. O projeto centralizará a descarga de trens com granéis vegetais e distribuirá a carga para 11 terminais interligados. O Governo do Paraná, por meio da empresa pública Portos do Paraná, investe cerca de R$ 650 milhões na construção. Os recursos são próprios e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo o cronograma, a conclusão está prevista para o início de fevereiro de 2026. Até o momento, foram concluídos 87% da estrutura física, 85,2% da parte mecânica e 57,8% da parte elétrica. As equipes trabalham agora na instalação de sistemas de combate a incêndio e proteção contra raios. As próximas etapas incluem a automação do complexo e a construção de uma subestação de energia.

"O Moegão deve alterar a logística ferroviária do Paraná e beneficiar a comunidade", afirmou Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná. De acordo com ele, o financiamento é custeado integralmente pela autoridade portuária.

Quando entrar em operação, o complexo terá capacidade para receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, atendendo aos terminais do Corredor de Exportação Leste (Corex). Atualmente, 550 vagões são descarregados diariamente nos terminais; com a obra, a movimentação deve subir para 900 vagões por dia em um único ponto de descarga.

"O Moegão terá condições de movimentar por dia até 68 mil toneladas. É uma grande recepção de produtos", disse Diego Weber Rafaeli, gerente de contratos da Tucumann, uma das quatro empresas que executam o projeto (ao lado de TMSA, Zortea e Engeluz).

A obra também deve reduzir o impacto no trânsito local. Com a mudança na manobra das composições, o número de cruzamentos de trens com vias urbanas cairá de 16 para cinco.

Expansão e novos leilões 

O projeto faz parte de um conjunto de investimentos no porto. Em abril, a Portos do Paraná concluiu a regularização de áreas arrendáveis via leilões. Ao todo, nove certames resultaram em compromissos de R$ 5,7 bilhões em investimentos e R$ 1,1 bilhão em outorgas. Parte desse valor será destinada ao novo píer em T. As empresas arrendatárias dos lotes PAR 14, 15 e 25 devem investir R$ 1,2 bilhão na obra, que terá quatro novos berços de atracação. O governo estadual fará um aporte adicional de R$ 1 bilhão. A nova estrutura deve aumentar a velocidade de carregamento de 3.000 para 8.000 toneladas de soja por hora.

A recepção de navios maiores depende ainda da concessão do canal de acesso, leiloado em outubro na B3. O consórcio vencedor deverá ampliar a profundidade (calado) dos atuais 13,3 metros para 15,5 metros em cinco anos. Isso permitirá que os navios aumentem a carga de 78 mil para 125 mil toneladas. A concessão prevê também a instalação do VTMIS (Vessel Traffic Management and Information System), sistema de gerenciamento e informação do tráfego de embarcações para aumentar a segurança na navegação.