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USP avança em testes de vacina contra zika com resultados promissores em camundongos
Imunizante testado inibe infecção e protege contra lesões em órgãos sensíveis
Por Danillo Karlo
16 de Julho de 2025 às 12:19
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP deram um importante passo no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika, ao concluir com sucesso a fase de testes em camundongos. A pesquisa, liderada pelo Instituto de Medicina Tropical (IMT), utilizou animais geneticamente modificados e demonstrou que o imunizante é seguro, eficaz e capaz de neutralizar o vírus, impedindo o avanço da infecção e o aparecimento de sintomas e lesões.
O imunizante se baseia em partículas semelhantes a vírus (VLPs), a mesma plataforma usada em vacinas como a da hepatite B e do HPV, sem a necessidade de adjuvantes (substâncias que reforçam a resposta imune). Nos testes, foram observadas respostas imunes especialmente positivas no cérebro e testículos dos animais — áreas onde o vírus costuma provocar danos graves.
A tecnologia aplicada foi desenvolvida com base em experiências anteriores do pesquisador Gustavo Cabral de Miranda, que integrou o Instituto Jenner da Universidade de Oxford e participou das pesquisas que originaram a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19. Segundo ele, o imunizante da zika combina uma partícula carreadora (VLP) com o antígeno EDIII, fragmento da proteína do envelope do vírus responsável por se conectar às células humanas.
Apesar dos avanços, a equipe ainda precisa de financiamento milionário para iniciar os testes em humanos, e busca apoio de instituições públicas e privadas. A pesquisa é atualmente financiada pela Fapesp.
Miranda reforça a importância de o Brasil investir em infraestrutura própria de produção vacinal. “Nosso foco é desenvolver tecnologia que permita autonomia científica e produção nacional de imunizantes”, afirma.
Além da vacina VLP, o grupo também estuda soluções com RNA mensageiro e diferentes combinações vacinais. A expectativa é que, com infraestrutura adequada e apoio contínuo, o país esteja melhor preparado para enfrentar futuras epidemias.
Rádio Litoral Sul, com apoio nas informações da Agência Brasil.