Aumento de casos graves entre crianças leva Sesa a reforçar alerta sobre vacinação
Paraná registra alta preocupante em casos e mortes por SRAG entre crianças; cobertura vacinal está muito abaixo da meta
19 de Maio de 2025 às 15:08
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) emitiu um alerta nesta sexta-feira (16) para os 399 municípios do Estado sobre o aumento expressivo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente entre crianças. O cenário preocupa autoridades de saúde e reforça a importância da vacinação contra a gripe e a Covid-19.
Segundo o boletim epidemiológico mais recente, o Paraná já registrou 7.282 casos de SRAG em 2025, um aumento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado (7.030 casos). O crescimento é ainda mais acentuado na faixa etária de 5 a 11 anos, com alta de 32,5% nos casos (de 593 para 786). Ainda mais alarmante é o aumento de 175% no número de óbitos entre crianças de 1 a 4 anos — passando de 4 para 11 mortes.
Circulação intensa de vírus respiratórios
As análises laboratoriais do Lacen (Laboratório Central do Estado) apontam que os vírus Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) seguem em alta circulação no Estado. Somente na última semana, o Influenza A apresentou novo avanço, tornando-se o segundo vírus mais frequente entre as amostras recebidas — cerca de 30% delas de crianças com menos de dois anos.
“Estamos vivendo a maior circulação dos vírus Influenza A e Sincicial Respiratório dos últimos dois anos. Por isso, fazemos um apelo para que todos vacinem seus filhos. A vacina é a melhor alternativa para tirar essas crianças da porta das UPAs e hospitais”, alertou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
Baixa cobertura vacinal preocupa
Desde o início da campanha contra a gripe, o Paraná aplicou 1.746.397 doses. No entanto, a cobertura entre os grupos prioritários está em apenas 32,68%. Entre as crianças, o índice é ainda menor: apenas 20,72%, muito distante da meta de 90%.
Já em relação à vacina contra a Covid-19, o Estado atinge a meta de 90% entre pessoas com 12 anos ou mais. Contudo, entre as crianças de seis meses a 11 anos, os números continuam baixos:
- Crianças de 6 meses a 2 anos: 43,7% (D1) e 16,3% (D2)
- Crianças de 3 a 4 anos: 36,2% (D1) e 17,7% (D2)
A vacinação continua disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, segundo a Sesa, o momento é decisivo para garantir proteção antes do pico de circulação viral nos meses mais frios.
“Já foram aplicadas cerca de dois milhões de doses contra a Influenza e ainda temos vacinas suficientes. Precisamos agora do apoio das famílias, pais, mães e responsáveis ajudar a proteger nossas crianças. A vacinação é um ato de responsabilidade, de cuidado e de amor”, reforçou Beto Preto.
Medidas de prevenção seguem fundamentais
Além da vacinação, a Sesa reforça a importância dos cuidados básicos para conter a transmissão dos vírus respiratórios. Entre as principais orientações estão:
- Higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Evitar tocar o rosto com as mãos sujas;
- Não compartilhar objetos pessoais;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Evitar aglomerações e contato com pessoas sintomáticas;
- Afastar temporariamente crianças e adultos com sintomas das atividades escolares ou de trabalho.
A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, destacou que os sistemas de monitoramento da Vigilância Sentinela de Síndrome Gripal e da Vigilância Universal da SRAG acompanham de perto a situação nos hospitais de todo o Estado.
“A vacina é a melhor forma de prevenir casos graves e mortes por gripe. Os dados mostram que crianças pequenas continuam sendo as mais vulneráveis. O momento é de ação, de mobilização”, afirmou.
Rádio Litoral Sul FM, com apoio nas informações da Agência Estadual de Notícias
Foto: Geraldo Bubniak/ANPr
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